Vivemos numa era de mudanças rápidas e constantes, as tecnologias estão a evoluir a uma velocidade vertiginosa e as empresas têm de se adaptar a esta chamada “quarta revolução industrial” para fazer frente aos seus concorrentes no dia-a-dia.
Mas de que nos serve uma arma poderosa se não temos ninguém para a controlar?
As empresas podem investir na transformação digital, as últimas tecnologias como a inteligência artificial, o predictive analytics ou a blockchain, mas se não investirmos na formação dos nossos colaboradores, será inútil. A luta contínua para encontrar candidatos com competências para enfrentar estes novos desafios tornou-se um dos principais problemas das empresas actualmente, e não só isso, mas o que o futuro nos reserva é uma contínua aprendizagem e reskilling das competências para sermos capazes de nos adaptarmos ao ritmo destes avanços tecnológicos.
Ao contrário do que muitos podem pensar, a reskilling e o newskilling é algo que afectará todas as empresas que queiram ter uma vantagem competitiva sobre as restantes, independentemente do seu sector. São exemplos das mudanças que alguns destes sectores estão a sofrer, entre outros, os seguintes:
Sector da saúde: vimos como a Covid acelerou drasticamente a digitalização do sector da saúde, forçando a criação de plataformas virtuais para atender ao público à distância, algo que não será uma tendência passageira e que exigirá a formação de trabalhadores para proporcionar uma experiência de qualidade tanto online como pessoalmente. Além do aparecimento e melhoria contínua de robôs e outras tecnologias que requerem aprendizagem contínua para o seu funcionamento.
Sector financeiro: o sector financeiro é um dos pioneiros em termos de transformação digital, com plataformas bancárias online e outros serviços virtuais de alta qualidade. É por isso que os seus empregados precisam de ter cada vez mais competências digitais, para se manterem a par destas tecnologias, a fim de tirarem o máximo partido de tecnologias blockchain, a inteligencia artificial, o robotic processing automation ou a análise de dados para tomarem decisões orientadas para os dados e fornecerem experiências personalizadas aos seus clientes, os quais confiam cada vez mais nestas plataformas digitais quando executam acções financeiras.
Sector Retail: outra grande indústria que tem sido perturbada pela sua rápida transformação digital. De acordo com um estudo realizado pela BDO em 2020: “o sector informou que 4 em cada 10 iniciativas de retail que falharam se deveram a uma falta de competências ou formação do pessoal” (2020 Retail Digital Transformation Survey).
Dados como estes são o que nos faz ver a importância da concepção de planos de reskilling e newskilling nas empresas, termos que se tornaram fortes e que estão aqui para ficar. O talento capaz de se adaptar à mudança é cada vez mais procurado e cada vez mais pessoas são motivadas pela contínua aprendizagem e desenvolvimento de competências, a fim de acederem a melhores oportunidades de emprego.
Novas Competências: aprendizagem contínua para uma equipa adaptável
Como vimos, a tecnologia continua a avançar e a lacuna de competências está apenas a aumentar. O termo new skilling representa todos os tipos de aprendizagem contínua para ajudar a desenvolver competências de alta procura, seja uma pessoa a tentar melhorar as suas competências actuais ou a precisar de uma reciclagem completa para criar competências inteiramente novas.
É necessário criar um plano de formação prospectivo para desenvolver o talento necessário e permanecer relevante e competente, não só através da adaptação às novas tecnologias, mas também antecipando o futuro estrategicamente para equipar a força de trabalho com competências relevantes para os objectivos empresariais. Esta é a única forma de obter uma vantagem competitiva no mercado.
A fim de criar planos de formação ao longo do tempo, é necessário ter em conta uma série de factores:
Papéis-chave: identificar os papéis-chave que beneficiariam a empresa se empreendessem um plano de requalificação.
Learning journey: é importante compreender como ajudar os empregados a melhorar as suas competências de uma forma ágil e eficiente, utilizando ferramentas de qualidade.
Tecnologias-chave:identificar quais são as tecnologias ou tendências-chave no sector e concentrar a formação do pessoal na sua abordagem.
Este é o futuro que enfrentamos, o progresso tecnológico e o new skilling andam de mãos dadas e é impossível conceber um sem o outro, pois não faria sentido e não estaríamos a aproveitar ao máximo os recursos. Portanto, de que serve investir em tecnologia e desenvolvimento se não tivermos uma força de trabalho pronta para tirar o máximo partido destas novas tecnologias, para ter uma visão analítica dos seus resultados e para lhes aplicar as melhores soluções.