SEIS CONCEITOS – CHAVE PARA REVOLUCIONAR O DEPARTAMENTO DE COMPRAS

Os avanços tecnológicos vividos nestes últimos anos provocaram uma mudança radical em todos os aspectos em nossas vidas. Os departamentos de compras das empresas em todo o mundo não são alheios a esses avanços que começam a ser incorporados para otimizar os processos corporativos.

Em particular, o departamento de compras iniciou uma transformação na qual deixou de ser uma área focada exclusivamente na economia de custos para se tornar num agente estratégico que aporta valor real para o negócio, tornando-se numa peça essencial quando se trata de cuidar do prestígio e reputação da organização.

Os conceitos de inovação, digitalização, colaboração, globalização e sustentabilidade podem ser facilmente aplicados aos processos de compra. Este departamento pode mesmo ser um dos mais beneficiados na aplicação destes termos, uma vez que investir no departamento de compras pode melhorar ainda mais o EBITDA do que investir em processos de negócio.

Neste sentido, a consultora tecnológica Stratesys – um hub digital nativo entre a Europa e a América Latina – identificou seis guidelines/conceitos chave, dirigidos aos departamentos de compras:

1. Decisões baseadas em dados. O modelo de tomada de decisão passou por uma transição de um modelo mais “visceral” centrado na intuição para um modelo mais analítico orientado para os dados. Para alcançar este fim, as empresas poderão implementar ferramentas de “Spend Analysis” que incorporam elementos de Business Intelligence e Big Data, ajudando assim a determinar quais são os dados relevantes que permitem ter uma visão integrada do negócio.

2. Aplicar Inteligência Artificial em toda a cadeia de abastecimento. A aplicação da Inteligência Artificial à logística de aquisição, produção, distribuição ou logística reversa será nos próximos anos um elemento competitivo fundamental. Investir em modelos de gestão inteligentes permitirá às equipas realizar análises preditivas confiáveis, permitindo-lhes antecipar potenciais problemas do dia-a-dia.

3. Experiências semelhantes ao e-commerce. Oferecer soluções para áreas de negócio baseadas em compras táticas através de catálogos e compras guiadas irá agilizar e automatizar pedidos, evitando assim a intervenção do departamento de compras em processos que não acrescentem valor.

4. Estender as metodologias de sourcing estratégico ao resto da empresa. Este conceito, através de ferramentas adequadas que facilitem a adoção e boa utilização destas metodologias, trará economias e colaboração com os fornecedores, bem como transparência nos processos. Graças a estas metodologias, os processos de abastecimento, aquisição ou gestão de fornecedores serão ainda mais eficientes.

5. Gerir o risco dos fornecedores com ferramentas de observação e controle ético. Através destes programas, os membros da equipe de compras poderão monitorar a ética, as melhores práticas e a reputação das empresas que fornecem produtos para a sua atividade. Graças a estas soluções, as empresas também poderão melhorar os seus KPI’s de sustentabilidade ambiental e social, atualmente vitais para cumprirem, por exemplo, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030.

6. Incorporar plataformas colaborativas para o controle de contratos de mão de obra externa. Estas plataformas irão otimizar e controlar a execução de contratos com terceiros, gerar economias em contratos já negociados e verificar o cumprimento das normas de segurança e o acesso dos trabalhadores externos, evitando assim riscos profissionais desnecessários.

Além das ajudas tecnológicas, é necessário incorporar diferentes perfis profissionais multidisciplinares, autônomos, digitais e intergeracionais. Desta forma, os profissionais dedicados ao comércio vão mais longe, adquirindo outras qualidades como um maior conhecimento do mercado, uma visão estratégica do negócio, um trabalho de equipe mais colaborativo e um espírito inovador.